Íris, era uma menininha e uma flor. Gostava de passear por entre as plantas, pisar sobre a vegetação rasteira, deitar-se sobre a cama de folhas secas de eucalipto e admirar as suas longilíneas pernas em forma de troncos, braços em forma de galhos e, assim, despretensiosamente, apreciar a sua meninice. E onde nascem as Íris, surgem as borboletas. Era atraída por elas, tanto quanto, as atraía. Gostava de sentar-se sobre as pedras à beira dos riachos e sentir o vento acariciar seus cabelos, balbuciar em seus ouvidos… Perdia-se na beleza das tardes mornas de primavera quando seu perfume exalava com maior olor. Deitava-se na relva olhando o céu azul tentando adivinhar qual a próxima forma que as nuvens tomariam. Nas noites de verão, não eram somente os vagalumes piscando e as estrelas no firmamento ao encanto da lua, era também o descanso das Íris, era o momento de hibernar. Desde sempre sonhadora, desde cedo queria ser professora e ensinar. Abria livros de botânica e os lia sem imaginar que um dia escreveria sobre as plantas e seria ela a flor protagonista da história.
Tudo era magia. Ouvir o chamado das plantas. Pensava em ser como seu avô e no conhecimento /tinha sobre as plantas.